quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Reflexões da unidade V


A avaliação é uma relação entre a análise e a compreensão da amplitude de uma ação a fim de aprimorar tal ação. Assim, fornecerá subsídio para a tomada de decisão a cerca das diversas fases da implementação de políticas públicas. O atributo essencial à avaliação de programas é seu caráter aplicado. Os avaliadores devem considerar este aspecto a fim de garantir trabalhos com aplicabilidade prática (HEILBORN et. al., 2010). As mesmas autoras colocam que a avaliação deve ser entendida como um processo que visa garantir a eficiência na alocação de recursos, a eficácia e a efetividade das ações governamentais.

Partindo desse pressuposto, serão expostas algumas definições de avaliação, no sentido de avaliação de projetos e ou programas de políticas públicas.

Furtado (2001) observa que o campo conceitual e de trabalho da avaliação não está bem definido, com consequências para a própria definição de avaliação.  Cohen & Franco (1993, p. 73) apresenta a seguinte definição: “Avaliar é fixar o valor de uma coisa; para ser feito se requer um procedimento mediante o qual se compara aquilo a ser avaliado com um critério ou padrão determinado”.

No sentido amplo, avaliar consiste em emitir um juízo de valor sobre “algo” – objeto, situação ou processo –, baseando-se em determinados critérios de valor. A ação de avaliar consiste uma prática frequente no cotidiano de muitas pessoas. Várias decisões pessoais e profissionais são tomadas com base em avaliações espontâneas, informais. No entanto, nem sempre a “avaliação informal” é suficiente, principalmente quando se pretende maior grau de objetividade, de precisão e de fundamento da avaliação quanto ao julgamento realizado. Nesse caso, deve-se recorrer à avaliação em sentido estrito: a “avaliação sistemática”. (AGUILAR; ANDER-EGG, 1994)

Segundo esses autores, a principal diferença entre a “avaliação informal” e a “avaliação sistemática” não está nos seus propósitos, e sim nos métodos utilizados, visto que a avaliação denominada pelos autores de “sistemática” trata-se da pesquisa avaliativa, que se baseia no uso do método científico.

Carvalho (2001, p. 88) afirma que “é preciso uma concepção totalizante da avaliação que busque apreender a ação desde a sua formulação, implementação, execução, resultados e impactos”. Destaca ainda que a avaliação para atingir essa “concepção totalizante” precisa captar a “multidimensionalidade” sinalizada pelas especificidades do quadro social. Isto é, na avaliação, deve-se analisar o contexto na sua diversidade de dimensões uma vez que o desenvolvimento e as mudanças nunca são produtos isolados de uma determinada intervenção.

Aguilar & Ander-Egg (1994) enfatizam que avaliação não deve ser confundida com Seguimento/Monitoração, pois a avaliação implica um processo analítico que, mediante um conjunto de atividades, registra, compila, mede, processa e analisa uma série de informações que revelam o curso ou desenvolvimento das atividades programadas. Normalmente o seguimento funciona como um exame contínuo e periódico, requerido por uma unidade administrativa, com a finalidade de assegurar o cumprimento do calendário de trabalho e a entrega de insumos no momento oportuno (bens, fundos, serviços, etc).

Outro processo que costuma ser confundido com avaliação é o Controle. Embora ambos tenham a intenção de ajudar na eficácia de um processo, conduzindo procedimentos que levam a se tomar medidas apropriadas para controlar a execução dos planos, a avaliação aparece como uma ponderação ou julgamento dos resultados. Sua função é julgar porque as coisas acontecem de certa forma e não de outra (ALMEIDA, 2005).

A profusão de diferentes conceitos e termos revela a riqueza do próprio campo de avaliação. Porém, os conceitos apresentados acima (dentro de suas especificidades) apontam para uma análise das ações (resultados) com vistas no crescimento do projeto/programa como um todo.





BIBLIOGRAFIA CITADADA
AGUILAR, M. J.; ANDER-EGG E. Avaliação de serviços e programas sociais. Petrópolis: Ed. Vozes, 1994.

ALMEIDA, V. P. Avaliação de programas sociais: de mensuração de resultados para uma abordagem construtivista. Dissertação de Mestrado defendida na universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. 2005.

CARVALHO, Maria do Carmo Brant. Avaliação participativa: uma escolha metodológica. In: RICO, Elizabeth M. et al. (Org.). Avaliação de políticas sociais:uma questão em debate. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

HEILBORN, M. L., ARAÚJO, L., BARRETO, A. Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça/GPP – GeR: módulo V (orgs.). In: A transversalidade de gênero e raça na gestão pública CEPESC; Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, p. 64-108. 2010.




MOBILIZAÇÕES EM MASSA

Dia da Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra

           indicação Rander Rates

Data da publicação: 27/10/2014

SEPPIR e Unfpa desenvolvem projeto para realizar o mapeamento nacional de pesquisadores(as) em Saúde da População Negra e elaborar banco de dados que inclua o resultado do mapeamento, áreas e linhas de pesquisa

 27 de outubro – Dia da Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra


Foto: Rede Saúde da População Negra


 27 de outubro é o dia da Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra. Neste período, homens, mulheres, jovens, adultos, gestores, pesquisadores e a sociedade civil se articulam por meio de atividades em todo o país para promover e defender o direito da população negra à saúde. Neste sentido, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, juntamente com o Fundo de Populações das Nações Unidas, vem desenvolvendo um Projeto de Cooperação Técnica que prevê, entre outras ações, um mapeamento nacional de pesquisadores em Saúde da População Negra e a criação de um banco de dados para ampla divulgação e que subsidie o processo de consolidação de uma ação em rede e estimule a produção de estudos e pesquisas neste campo de conhecimento.

Para a Diretora de Programas da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR, Mônica Oliveira, a contribuição dos pesquisadores em Saúde da População Negra é fundamental para a atuação da Secretaria desde o início, de maneira a qualificar o trabalho institucional. “Essa iniciativa é uma estratégia para conhecer e dar visibilidade aos profissionais que atuam nesse campo. Também esperamos que o resultado desse trabalho colabore para uma maior atuação deles na saúde desse segmento, tanto política como profissionalmente”, avalia a Diretora. A conclusão do Projeto de Cooperação Técnica está prevista para o final de 2014.

Política Nacional de Saúde Integrada da População Negra

Desde o início dos anos 2000, pesquisadores em Saúde da População Negra têm atuado em rede e realizado inúmeros encontros estratégicos, produzido documentos, elaborado publicações e artigos conjuntos e materiais diversos como suporte à agenda de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). Em 2012, por ocasião do VII Congresso Nacional de Pesquisadoras e Pesquisadores Negros (COPENE), o Grupo de Trabalho Saúde organizou o “Encontro Nacional de Pesquisadoras e Pesquisadores em Saúde da População Negra”. Entre os encaminhamentos do encontro, está a ampliação e garantia do financiamento a pesquisas que permitam detalhar o perfil de saúde da população negra no Brasil, bem como compreender as iniquidades raciais e seus impactos na situação de saúde, na formulação, qualificação e implementação de políticas públicas nas diferentes esferas de gestão, além do estímulo ao estabelecimento e/ou fortalecimento dos grupos de pesquisa no campo da saúde da população negra e o estabelecimento de estratégias para a consolidação de uma rede de pesquisadores em saúde da população negra. Desta forma, a SEPPIR tem colaborado para a consolidação dessa rede de pesquisadores em Saúde da População Negra, visando atingir esses objetivos.

Coordenação de Comunicação da SEPPIR

Referências:
Disponível em: http://www.portaldaigualdade.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2014/10/27-de-outubro-2013-dia-da-mobilizacao-nacional-pro-saude-da-populacao-negra. Acesso em 28 de outubro de 2014.





O racismo é a discriminação social que tem por base um conjunto de julgamentos pré-concebidos que avaliam as pessoas de acordo com suas características físicas, em especial a cor da pele. Baseada na preconceituosa idéia de superioridade de certas etnias, tal forma de segregação está impregnada na sociedade brasileira e acontece nas mais diversas situações.

A discriminação racista é considerada crime pela Constituição Federal que apresenta diversas formas de punição para estes casos. Posto que o crime representa o ódio ou aversão a todo um grupo, o racismo é um delito de ordem coletiva, que ataca não somente a vítima, mas todo o ideal de dignidade humana. 

O racismo pode estar presente em qualquer tipo de ambiente: no trabalho, na rua ou até mesmo em meio a pessoas próximas. Por isso, torna-se importante salientar que todas as formas de ocorrência do preconceito devem ser notificadas, sejam elas nítidas ou discretas. Além de ser um direito, é dever de todo cidadão denunciar esse tipo de ocorrência. Através da denúncia protege-se não apenas uma vítima, mas todo um grupo que futuramente poderia ser atacado.

clique e as diferentes situações referentes a Lei anti-racismo:http://www.amperj.org.br/store/legislacao/leis/L7716_racismo.pdf


Como Identificar

É comum a prática racista camuflar-se em experiências cotidianas ou formas ofensivas de brincadeira. Normalmente o racista não admite seu preconceito, mas mesmo assim age de maneira discriminatória. Estando ou não evidente, a vítima tem o direito de denunciar qualquer forma de ultraje, constrangimento e humilhação.
O agressor costuma:


  •  Dar apelidos de acordo com as características físicas da vítima;
  •  Inferiorizar as características estéticas da etnia em questão;
  •  Considerar a vítima inferior intelectualmente, podendo até negar-lhe determinados cargos no emprego;
  • Ofender verbal ou fisicamente a vítima;
  • Desprezar os costumes, hábitos e tradições da etnia;
  • Duvidar, sem provas, da honestidade e competência da vítima;
  •  Recusar-se a prestar serviços a pessoas de diferentes etnias.


Como Denunciar

Ao denunciar uma atitude racista, a vítima precisa estar ciente de seus direitos e não admitir que o ocorrido seja tratado com pouco caso, exigindo a realização de um Boletim de Ocorrência. É importante tomar nota da situação, procurar a ajuda de possíveis testemunhas e identificar precisamente o agressor. Em caso de agressão física a realização de um Exame de Corpo de Delito é indispensável; também é importante a vítima não limpar machucados nem trocar de roupa, já que esses elementos são provas da violência. 

É importante salientar que há uma pequena diferença na forma de julgamento das diferentes expressões de racismo. O Código Penal, em  seu artigo 140, § 3º determina uma pena de 1 a 3 anos de prisão, além de multa, para as injúrias motivadas por “elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”, já a lei 7716/89, lei anti-racismo,  engloba os “crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, também com pena de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa. Basicamente, a diferença entre as duas é classificar ou não como injúria a atitude racista.

Bons lugares para se buscar justiça e ajuda em casos de racismo são as Comissões de Direitos Humanos e os departamentos policiais. Toda delegacia tem o dever de averiguar um crime de racismo, entretanto há, em alguns lugares, delegacias especiais para esse tipo de ocorrência. Segue abaixo as informações de uma delegacia especializada de São Paulo.

Clique abaixo para se informar sobre outros tipos de Crimes de Ódio, como xenofobia/bairrismo, homofobia, intolerância religiosa e desrespeito a deficientes e idosos:
http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1035:crimesdeodio&catid=231:crimesdeodio

Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI)
Rua Brigadeiro Tobias, 527 – 3º andar Luz – SP
Tel: (11) 3311-3556/3315-0151 ramal 248


Referências:
Disponível em: http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1037:racismo&catid=231:crimesdeodio. Acesso em 28 de outubro de 2014. 




CONVITE 

Encontro do Grupo de Mulheres Negras Capixabas - MNC será realizado no dia 01 de novembro 2014.

5ª Roda de Conversa: "Mulheres Negras e Saúde"
Data: Sábado, 01 de novembro de 2014
Horário: 14:00 - 18:00 
Local: ADUFES / Ufes - à confirmar

Atenção Mulheres Negras Capixabas, agendem-se! 

Nossas convidadas deste encontro são: 

- Henriqueta Tereza Sacramento - Médica da Semus e membro do GT de Saúde da População Negra da Secretaria de Saúde da PMV
- Janete Carvalho - Coordenadora da Associação de Mulheres com Doença Falciforme do Espírito Santo;
- Rosângela Mov Pop - Comissão de Saúde para População em Situação de Rua

PROGRAMAÇÃO:

1- INICIO: 
14:00 - Dinâmica de apresentação - 15:Min.

2- DESENVOLVIMENTO: 
14:15 - “Políticas de Saúde da Mulher Negra”- (60Min)
15:15 - Relato de luta: Anemia Falciforme - (30Min)
15:45 - Lanche Colaborativo - (15Min)
16:00 - Relato de luta: Saúde da População em situação de Rua - (30Min)
16:30 - Roda de Conversa/Plenária - (30Min).

3- ENCERRAMENTO: 
17:00 - Harmonização - (30Min)

Fotografia: Luara Monteiro / Márvila Araújo;
Lanche: Colaborativo

Contamos com a participação, presença e contribuição de todas as mulheres e meninas negras capixabas, que fazem parte do grupo, e que nos acompanham pelas redes sociais. Acesse no Facebook  5ª Roda de Conversa "Mulheres negras e Saúde" https://www.facebook.com/events/1496136744002753/?sid_reminder=2267966727717388288 .

Referências:
Disponível em: https://www.facebook.com/events/1496136744002753/?sid_reminder=2267966727717388288. Acesso em 28 de outubro de 2014.
AVANÇOS NA PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL NO BRASIL




                          por Rander Rates

Nos últimos anos, o Brasil avançou bastante em relação à Promoção da Igualdade Racial. Mas isso não significa que esqueceremos o período escravocrata brasileiro, pelo contrário, considerando nossa formação sócio-histórica precisamos avançar ainda mais para incluir. Todos os avanços foram frutos das demandas pautadas pelos movimentos sociais, sobretudo, do movimento negro.

Um dos marcos mais importantes no combate ao racismo já é expresso na Constituição Federal de 1988, conhecida popularmente como a Constituição Cidadã, através do Art. 3º, que trata dos objetivos fundamentais, e do Art. 4º, que trata dos princípios nas relações internacionais:

Essa garantia na constituição, através do objetivo de ‘promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação’ e o ‘repúdio ao racismo’, expressa o acumulo do debate para a elaboração desta carta magna.

Já em 5 de janeiro de 1989, foi sancionada a Lei Nº. 7.716, que define os crimes resultantes de preconceito de cor e raça, conforme descrito no Art. 1º desta lei: “Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional (BRASIL, 2014b)”.

No ano de 2003, ocorrem avanços importantes para a Promoção da Igualdade Racial, no Brasil, como a instituição da obrigatoriedade da temática da história e cultura afrobrasileira no currículo oficial de educação básica, através da Lei Nº. 10.639, de 05 de janeiro de 2003, como forma de resgatar a importância da cultura negra na formação do Brasil. Outro marco neste ano foi a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, como resultado das lutas do movimento negro.



A criação da SEPPIR possibilitou pautar as demandas do movimento negro dentro da esfera governamental, então, em 2009, foi instituído o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial – PLANAPIR, através do Decreto Nº. 6.872, de 04 de Julho de 2009, que, além de aprová-lo, institui o seu Comitê de Articulação e Monitoramento. Este plano expressa seus objetivos em 12 eixos, destacamos alguns:




Com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, Lei Nº 12.288, de 20 de julho de 2010, o Brasil dá mais passo importante relacionado a garantia de direitos no país:




Considerando todo o arcabouço legal exposto acima, podemos considerara que, no Brasil, assim como em vários outros países, efetivar a Promoção da Igualdade Racial é fazer justiça, é fazer valer o principio da equidade, e, sobretudo, é combater o racismo. Muito já foi feito, mas ainda há muito que se fazer para garantir a Promoção da Igualdade Racial no Brasil.

Outro marco legal significativo para a Promoção da Igualdade Racial é o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial – SINAPIR, instituído pelo Estatuto da Igualdade Racial, e regulamentado pelo Decreto 8.136, de 5 de Novembro de 2013, assim definido:








terça-feira, 28 de outubro de 2014

Campanha Outubro Rosa no Municipio de Santa Teresa



por Joyce Minchio Pinto


O mês de outubro trouxe consigo um evento de conscientização muito importante a respeito da saúde da mulher, o Outubro Rosa, que é um movimento internacionalmente conhecido em todo o mundo, cujo o nome se remete a cor do laço rosa, que simboliza mundialmente a luta contra o câncer de mama.

Tal movimento, conta com o apoio de empresas e demais entidades, bem como campanhas das Secretarias de Saúde em todo Brasil, buscando a conscientização da população feminina em relação aos cuidados e prevenção do câncer de mama, tal como a realização do autoexame e da mamografia.

No município de Santa Teresa, não têm sido diferente, onde ocorreu em 22/10/2014 uma passeata de adesão à campanha, cujo o lema é Outubro Rosa- Decisão de peito. Além disso a Secretaria Municipal de Saúde promoveu outras ações, tais como palestras, distribuição de materiais explicativos sobre o câncer de mama entre outros.

Vale destacar a importância dessas campanhas no que diz respeito a saúde da mulher, bem como o envolvimento do Estado através da orientação as mulheres que são o público alvo desse movimento, têm sido de crucial importância para que mais mulheres tornem-se adeptas destes cuidados com a saúde.

Em relação à questão de raça, relativo especificamente a dados referentes ao câncer de mama, o site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), traz a publicação da 4ª edição do Retratos das desigualdades de gênero e raça, no qual indica que:

“O percentual de mulheres brancas de 40 anos ou mais que, em 2008, havia realizado exame clínico de mamas, no período inferior a um ano, foi de 45,1%, e, para aquelas que realizaram mamografia, foi de 40,2%. Já para as mulheres negras na mesma faixa etária, este percentual foi de 33,1% e 28,7%, respectivamente”(2011)

Tal informação nos remete dados não apenas sobre questões de gênero intrínsecas a este tema, como também apresenta esses dados no que diz respeito ao quesito racial.


 Desta forma, é importante ressaltar o quanto a informação é valiosa não apenas ao que diz respeito ao público alvo da campanha, mas também avivar tal interesse naqueles que estão em formação, estudantes seja da rede pública ou privada, sobre a importância desse movimento, pois os mesmos podem ser capazes de disseminar a informação a amigos, familiares, conhecidos, tornando possível assim promover uma mudança em relação aos dados referentes ao câncer de mama, que infelizmente ainda se mostram elevados, mesmo através de toda essa divulgação.

Fonte:
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) -  http://www.ipea.gov.br/retrato/pdf/revista.pdf
Prefeitura Municipal de Santa Teresa - http://www.santateresa.es.gov.br/noticia/348/Passeata-Outubro-Rosa.html

Comitê elabora estratégias para enfrentar racismo no ambiente de trabalho

AS QUESTÕES DE PRECONCEITO E RACISMO ESTÃO PRESENTE EM TODOS OS ESPAÇOS E AINDA NÃO É DIFERENTE NOS AMBIENTES DE TRABALHO ATÉ MESMO NO SETOR PÚBLICO, MESMO PORQUÊ O PRECONCEITO E O RACISMO SÃO ATITUDES DAS PESSOAS QUE AINDA NÃO REFLETIRAM, OU NÃO SE PERMITIRAM REPENSAR SOBRE SEUS COMPORTAMENTOS  E VALORES RECEBIDOS AO LONGO DA VIDA E QUE NÃO DEVERIAM SER REPRODUZIDOS DE FORMA ALGUMA. NESSE SENTIDO A GERÊNCIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO E IGUALDADE RACIAL DE CARIACICA (GEPPIR), ORGANIZA COMITÊ PARA ELABORAR AÇÕES DE ENFRENTAMENTO AS QUESTÕES RACIAIS NOS AMBIENTES DE TRABALHO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CARIACICA. 
Por: Rúdio Krauzer


Comitê elabora estratégias para enfrentar racismo no ambiente de trabalho

Servidores públicos e representantes do Comitê Gestor de Implementação do Plano Juventude Viva, irão elaborar estratégias para enfrentar o racismo no ambiente de trabalho e promover a igualdade racial nas ações e atendimentos dos órgãos municipais. O trabalho será realizado durante a oficina de identificação e abordagem do racismo institucional que iniciou nesta quarta-feira (08) e segue até amanhã.
IMG_3622A oficina é ministrada pelo consultor do Fundo de População das Nações Unidas e representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Ralf Barros. Ele explica que a temática é um dos eixos do Plano Juventude Viva, e visa a implementação e execuções de ações para promoção da Igualdade Racial. “Temos como prioridade a questão da desigualdade existente no atendimento. Existe dentro das políticas públicas uma disparidade no atendimento em relação às pessoas que são brancas e as que são negras. Isso é uma questão de preconceito e de uma ideologia formada, na qual o negro sempre vai ser subalterno, enquanto o braço é classe dominante”, explicou Barros.
Os participantes, após refletirem sobre as relações raciais no Brasil e o enfrentamento do racismo institucional, irão planejar ações de enfrentamento com base no Plano Juventude Viva.
Juventude Viva
Em maio, o prefeito Geraldo Luzia Júnior assinou o termo de adesão ao Juventude Viva, plano do Governo Federal que incentiva ações que reduzem a vulnerabilidade dos jovens, em especial da juventude negra, à situações de violência.
Adriana Silva, gerente de Políticas de Promoção e Igualdade Racial de Cariacica (GEPPIR), destaca que o planejamento das ações irá fortalecer o desenvolvimento e a expansão dos trabalhos já realizados na cidade que atende os jovens e adolescentes expostos à violência doméstica ou urbana. “Será uma ferramenta que contribuirá com a diminuição da violência. Este trabalho será articulado em conjunto com as demais secretarias municipais”, destacou 


Fonte: http://www.cariacica.es.gov.br/comite-elabora-estrategias-para-enfrentar-racismo-no-ambiente-de-trabalho/

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Caravana de Educação em Direitos Humanos


Chega na Cidade de Vitória, 
A Caravana de Educação em Direitos Humanos, 
no próximo dia 10 de outubro e 2014, 
Local: Plenária Dirceu Cardoso - Assembléia Legislativa.

Faz parte do movimento em prol da garantia de direitos para pessoa humana, e possui articulação direta com o Fórum Mundial de Direitos Humanos. Iniciou Na Bahia e hoje chega em Vitória com força e  grande mobilização social. 

Venha participar deste grandioso evento.

Facebook: https://www.facebook.com/movimento.mndhes


Indição: Rander Rates






quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Pesquisa realizada por Rúdio Krauzer

  • Postado em 31 de março de 2014 em http://www.cariacica.es.gov.br/category/cidadania-e-trabalho-semcit-2/page/7/
    seminariomatriz

    Seminário fortalece a necessidade de comunidades de matrizes africanas em serem protagonistas na elaboração de políticas públicas

    O 1º Seminário Municipal de Povos e Comunidades de Matrizes Africanas foi realizado neste sábado (29), no Palácio Municipal. Além do público alvo principal, gestores públicos e representantes da sociedade civil participaram do encontro. Ele foi promovido pela Gerência de Política de Promoção e Igualdade Racial (Geppir), vinculada à Secretaria Municipal de Cidadania e Trabalho (Semcit). O objetivo foi fortalecer as políticas públicas direcionadas à cultura afro-brasileira. Na ocasião, o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia Júnior, observou a importância da iniciativa: “Uma cidade só evolui quando ela reconhece as suas raízes”, exaltou.

    silvany
    Convidada do evento, a secretária nacional de Políticas para Comunidades Tradicionais, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Silvany Euclenio Silva, ressaltou a importância da união entre poder público e sociedade civil na discussão de um projeto que contemple uma população tradicionalmente esquecida pelos governos. “Acredito que qualquer política pública têm que ser feita ouvindo o sujeito da política e me parece que em Cariacica está caminhando assim. Para construir essa política, seus sujeitos foram chamados para serem ouvidos”, elogiou. 

    osvaldo
    O professor de Antropologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Osvaldo de Oliveira Martins, também contribuiu para enriquecer o encontro. Ele e Silvany tiraram diversas dúvidas levantadas pelos participantes. Entre elas, a concessão de aposentadoria para líderes religiosos e outros direitos. Aspectos ligados à educação também entraram na pauta. Durante a atividade foi debatida, por exemplo, a questão do ensino de história afro-brasileira nas escolas públicas. Constatou-se que muito desse conhecimento e das tradições desses povos foi transmitido apenas oralmente. Atualmente, essas informações se perdem com a morte das pessoas mais velhas. Os participantes do seminário discutiram qual a melhor forma de capacitar professores já que muito pouco está registrado em livros.

    A partir do encontro foi formulada uma pauta reivindicatória relacionada às práticas pedagógicas. Também foi lançado o Fórum Político das Comunidades de Matrizes Africanas. Martins destacou a importância da iniciativa. “Um grande passo foi dado. Agora está formado o comitê responsável para cobrar da gestões públicas federal, estadual e municipal as políticas públicas para as comunidades de matrizes africanas”, comemorou.
    Cenário
    Cariacica não possui um cadastro único (CadÚnico) do povos de matrizes africanas, o que impossibilita o conhecimento da realidade desta população. Para modificar este cenário, a Gerência de Política de Promoção e Igualdade Racial (Geppir) tem organizado e coordenado encontros com as comunidades nas 13 regiões da cidade a fim de identificar a localização deste segmento, e, consequentemente, contribuir com as atividades de políticas de promoção de igualdade racial. Atualmente, a Geppir está elaborando o projeto de mapeamento e cadastramento dessas comunidades tradicionais.
    Informações à Imprensa:
    Texto:Verônica Aguiar
    Jornalista responsável:Marcelo Pereira

    Disponível em: <http://www.cariacica.es.gov.br/category/cidadania-e-trabalho-semcit-2/page/7/>
    Acesso em: 11/09/2014

    Vacinação contra o PHV em Santa Teresa


    Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher no Município de Santa Teresa

              por Joyce Minchio Pinto

    A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), elaborado pelo Ministério da Saúde em parceria com o movimento de mulheres, movimento negro e o de trabalhadoras rurais, bem como outros, traz como objetivo a promoção da melhoria de vida e de saúde das mulheres brasileiras, bem como a garantia de direitos e acesso a serviços de promoção, prevenção e recuperação da saúde no país. Além disso, visa a redução da morbidade e mortalidade feminina nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer espécie, conforme a PNAISM (2004).

    As desigualdades de poder a respeito das questões de gênero têm sido aspectos de grandes discussões. No que se trata da saúde, tal característica não é diferente. Pesquisas apontadas no próprio documento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (2004) relatam que:



    Sendo assim, tal Política surge no sentido de promover maior equidade e garantia de direitos previstos na Constituição. Desta forma, busca-se com a PNAISM:



    Além disso, inclui-se a prevenção e tratamento de DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e HIV/Aids.

    No que diz respeito ao município de Santa Teresa, a Prefeitura do Município tem dado ênfase a questão da prevenção de DST’s. Para tanto, no dia 27 de agosto de 2014, divulgou em seu site oficial a vacinação da prevenção contra HPV (vírus do papiloma humano). 

    Nos meses de Março e Abril deste ano, houve campanha de vacinação nas Escolas Municipais em adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 11 a 13 anos (13 anos, 11 meses e 29 dias) pelos profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Desta forma, a partir de 1º de setembro já estão disponíveis nos postos de saúde a 2ª dose da vacina, bem como para as adolescentes que acabaram de completar 11 anos e que ainda não tomaram a primeira dose.

    Já em caso das mulheres adultas, é importante que seja feito os exames preventivos, de maneira a prevenir o câncer de colo de útero e proporcionar melhor qualidade de vida às mulheres, uma vez que “as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo”, conforme retrata a PNAISM (p.34)


    Referências: 

    BRASIL. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, 2004.
    Prefeitura Municipal de Santa Teresa. Venha para Vacinação do HPV.
    Disponível em: < http://www.santateresa.es.gov.br/noticia/318/Venha-para-VacinaA-A-o-do-HPV.html > Acesso em: 9 de setembro de 2014.

    segunda-feira, 8 de setembro de 2014

    7 DE SETEMBRO - A DATA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL?


    QUAIS MUDANÇAS A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL TROUXE DE IMEDIATO PARA O PAÍS?

    A proclamação da Independência brasileira, em 7 de setembro de 1822, foi um passo decisivo para o início da organização do estado brasileiro. "Significou soberania para que o país pudesse estabelecer suas normas políticas e sua administração pública. Tanto é que dois anos depois, o Brasil já tinha sua primeira constituição", FERRETTI explica Carla Ferretti, professora de História do Brasil da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
    A independência, no entanto, não resultou em transformações políticas profundas, nem tampouco sociais, porque D. Pedro já governava o país desde que D. João VI havia voltado para Portugal. "Na verdade foi uma independência sem muitas mudanças no quadro político e social do país", afirma a historiadora. 

    A HISTÓRIA DO BRASIL LOGO APÓS A INDEPENDÊNCIA
    Após 21 meses de guerra, Dom Pedro I garantiu a unidade do território. Até na moda, se valorizava a identidade do país. O brasileiro descobriu o duplo emprego e a primeira Constituição lhe garantiu a liberdade de culto e de imprensa

    Perto das 16h30 de 7 de setembro de 1822, um rapaz de 23 anos alcançava o alto de uma colina ao lado do riacho Ipiranga, nos arredores da vila de São Paulo, seguido de alguns acompanhantes. Montado numa mula, coberto de poeira e com as botas sujas de lama. O alferes Francisco de Castro Canto e Melo, que vinha de São Paulo com notícias dramáticas, alcançou a comitiva, prestes a retomar o curso.
    O sucessor do trono português não podia esperar novidade pior. Lisboa havia cassado sua regência sobre a colônia e anulava suas decisões anteriores. Um membro da comitiva, o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, relataria quatro anos depois o que viu naquela tarde: "Dom Pedro, tremendo de raiva, arrancou das minhas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os e os deixou na relva. (...) Caminhou alguns passos, silenciosamente. De repente, estancou já no meio da estrada, dizendo-me: ‘(...) As cortes me perseguem, chamam-me de rapazinho, de brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal’". Minutos depois, diante da guarda de honra que o esperava mais à frente, desembainhou a espada para determinar:

     "Será nossa divisa de ora em diante: INDEPENDÊNCIA OU MORTE!", descreveu o chefe da guarda, o coronel Manuel Marcondes de Oliveira Melo.


    MODA TUPINIQUIM

    Poucos meses depois, nas principais cidades do novo país, muitos homens começaram a mudar alguns de seus hábitos.

     O deputado baiano Cipriano Barata, por exemplo, passou a se vestir exclusivamente de algodão brasileiro e a usar chapéus feitos de palha de carnaúba - no que foi rapidamente imitado. Os nacionalistas mais empolgados penteavam o cabelo de forma a deixar uma risca definida no meio da cabeça. Era a chamada "ESTRADA DA LIBERDADE", uma forma de simbolizar os caminhos abertos pela Independência. O uso do cavanhaque, incomum entre os portugueses, também foi adotado para marcar diferença. Os modismos foram a vitrine mais singela das transformações na vida nacional - iniciadas, é verdade, em 1808, após o desembarque da família real.
    Quando Dom Pedro I deixou o Rio de Janeiro, em 1831, o soberano havia legado uma nação ainda turbulenta politicamente, mas já estabelecida como Império do Brasil. O cenário que encontrou às vésperas do Grito do Ipiranga, escreve Laurentino Gomes em 1822, indicava que o país de 4,5 milhões de habitantes "tinha tudo para dar errado: de cada três brasileiros, dois eram escravos, negros forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente de tudo. O medo de uma rebelião escrava pairava como um pesadelo sobre a minoria branca. Os analfabetos somavam mais de 90% dos habitantes".

    CONFRONTO

    Em importantes cidades, a novidade significou a realização literal do lema "INDEPENDÊNCIA OU MORTE". Nas ruas, defensores do Brasil e de Portugal se estranhavam e, não raro, discutiam e se agrediam. Em alguns lugares, era preciso ter coragem para aderir à onda do cavanhaque.

    Em Salvador, em 1824, um padre se recusou a prosseguir com o cortejo fúnebre enquanto o defunto não fosse barbeado. Bahia, Piauí e outras províncias pegaram em armas para garantir a autonomia brasileira e a unidade do território nacional - desfecho diferente do que ocorreu nas colônias vizinhas, que acabaram fragmentadas. A adesão ao comando do imperador, porém, não foi automática em todas as regiões. Rachas provincianos somavam-se à luta com os portugueses. Somente Rio, São Paulo e Minas Gerais aceitaram de pronto as ordens de Dom Pedro.
    A Guerra da Independência, iniciada em fevereiro de 1822, durou 21 meses e matou de 2 a 3 mil pessoas. "Em 1825, o governo brasileiro sequestrou os bens de portugueses que ainda contestavam a independência no Rio, na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão e no Grão-Pará. E os intimou a deixar o país", diz Isabel Lustosa, historiadora ligada à Fundação Casa de Rui Barbosa.

    O confronto acabou de afundar as finanças quase falidas do novo governo, limitando investimentos urgentes e gerando inflação. Entre 1825 e 28, ela dobrou. Só a dívida externa superava 1 bilhão de reais em valores atualizados.
    A infraestrutura das províncias mais afastadas da capital não tinha mudado muito desde a chegada de dom João. Ainda se dormia em redes e esteiras, se comia com a mão e se andava em ruas escuras e estreitas - mesmo no Rio de Janeiro, a iluminação a gás só estrearia em 1860. Mas as diferentes regiões já tinham mais contato com os acontecimentos no centro de poder. Dom Pedro I continuou a abrir estradas, que passaram a ligar a Bahia a Pernambuco, Minas Gerais a Goiás, o Grão-Pará ao Maranhão.
    Nas maiores cidades, uma nova classe de trabalhadores se desdobrava com mais de uma ocupação - Barbeiros eram músicos nas horas vagas, pedreiros cortavam cana, advogados mantinham lojas, médicos davam aulas.
    As mulheres cozinhavam e costuravam para a família e ainda vendiam nas ruas quitutes, toalhas e roupas com a ajuda de um ou dois escravos. "A Independência dá um novo dinamismo às províncias. As pessoas têm uma grande mobilidade social, econômica e cultural.
    Escravos e livres se movimentam muito e exercem atividades econômicas variadas. Surgiu uma primeira geração de ex-escravos livres. E eles, em especial as mulheres, ganharam um grande poder com a possibilidade de se casar com brancos e com a liberdade para exercer diversas atividades econômicas simultâneas", diz Eduardo Franco Paiva, historiador e professor da UFMG.  No Sudeste, as indústrias incipientes ganharam fôlego - especialmente fábricas de barcos, pólvora e tecidos. A produção de algodão, café e gado ocupava cada vez mais espaço, em detrimento do açúcar e da mineração. Mas as transformações mais radicais aconteceram mesmo na sede do Império: o Rio de Janeiro.


    A CONSTITUIÇÃO
    O Primeiro Reinado, claro, foi um período de intensa atividade política.

    A elite se dividia em várias correntes, a começar por monarquistas e republicanos. A Assembleia Constituinte, instalada em maio de 1823, seria dissolvida em novembro, mas, em 1824, o imperador promulgou a primeira Constituição do país. O Poder Moderador dava a ele autoridade sobre os demais poderes, mas a Carta garantiu liberdade de culto, de imprensa e deu outro status à figura do eleitor.
    Homens maiores de 25 anos, livres, alfabetizados e com renda de 100 mil-réis escolhiam os cidadãos que podiam votar e ser votados desde que atendessem a certos requisitos. Os religiosos seriam valorizados. Na década de 1820, eles eram 23% de todos os deputados.
    As discussões a respeito dos rumos do novo país não ficavam restritas às elites. "A população estava longe de estar a reboque das camadas dirigentes", escrevem os historiadores Gladys Sabina Ribeiro e Vantuil Pereira em O Brasil Imperial: "O povo foi ator político fundamental na trama do Primeiro Reinado, tanto por meio de revoltas ou burburinhos quanto usando mecanismos formais, como petições, queixas e representações".
    Os debates da constituinte foram acompanhados por populares, que gritavam palavras de ordem pedindo direitos civis e apresentavam por escrito centenas de sugestões aos deputados. Com o desmonte da assembleia, o intendente de polícia Estevão Ribeiro de Resende mandou seus homens às ruas para apreender os panfletos com chamados à revolução.

    O SUCESSOR

    Dom Pedro I indicou imperador o filho de 5 anos e deixou como tutor um dos patronos da nação, José Bonifácio. O Brasil mergulharia numa década de revoluções e turbulências, até que dom Pedro II assumisse o cargo e garantisse a estabilidade política, não alcançada pelo pai. Com ele, despontava uma nação com identidade própria. Dali em diante, a verdadeira transformação ocorreria com o fim da escravidão, em 1888. No ano seguinte, seria proclamada a República.


     Estudo dirigido por: Alex Santiago Duarte

    Bibliografia
    Cordeiro, T. (18 de abril de 2012). Aventuras da História - A História do Brasil logo após a Independência. Acesso em 06 de setembro de 2014, disponível em Guia do Estudante: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/historia-brasil-logo-independencia-682324.shtml
    Costa, R. (14 de abril de 2012). Gestão Escolar - Ensino Fundamenal 2 - História - História das representações da cultura e das relações de poder. Acesso em 05 de 09 de 2014, disponível em Revista Nova Escola: http://revistaescola.abril.com.br/historia/fundamentos/quais-mudanças-imdependencia-brasil-trouxe-imediato-pais-496325.shtml.


    quarta-feira, 13 de agosto de 2014

    CIDADANIA EM FOCO




    Neste Módulo 4 do Cursos de Formação em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça / GPP -GeR, convidamos a todos para discutir o papel do Estado e da Sociedade. Trazendo conceitos que promovem reflexão sobre cidadania, liberdade e participação social.

    Nosso país tem vivido intensas modificações sociais, vamos trazer reflexões sobre o conceito de Estado, cidadão, cidadania e igualdade, ampliando o olhar para as relações que permeiam as questões de gênero e raça como forma de reconhecimento e enfrentamento das desigualdades.


    No entanto, dentro de uma democracia, a própria definição de Direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres.

    O Vídeo - A História da Cidadania no Brasil. é um documentário histórico que fala traz as relações desenvolvidas entre estado, sociedade e mercado no processo histórico brasileiro, serve para entendermos  como chegamos até aqui.


    Este material foi utilizado no Ciclo de Capacitação em Gestão Participativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, pontuando alguns momentos da história da cidadania e da participação social na decisão pública do Brasil  dos demais componentes da sociedade. Cidadania, direitos e deveres.


    Referências:

    MENDONÇA. Felipe Cruz - A História da Cidadania no Brasil,  publicado em 26/05/2013. Acesso em 13 de agosto de 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sq0xzNWk8Kc.

    quinta-feira, 17 de julho de 2014

    EXCLUSÃO E O FILME "O XADREZ DAS CORES"



                               POR RANDER B. PRATES


    No Brasil, a discriminação racial foi historicamente construída, principalmente em função do processo político e econômico ao qual o Brasil esteve inserido desde o século XVI, com o regime escravocrata e sua posterior abolição que, desprovida de uma política de inclusão social ou de reparação, contribuiu para a exclusão social dos negros no Brasil.

    Por outro lado, vivemos em uma sociedade sexista-machista, que historicamente, desvalorizou, e ainda desvaloriza o papel da mulher na sociedade, colocando-a, muitas vezes, em uma relação de submissão em relação ao pai e, após o matrimônio, ao marido, desconsiderando, inclusive, a possibilidade de relação homoafetiva, como se a mulher sempre dependesse de uma figura masculina para supri-la.


    De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no Estado do Espírito Santo, ano de 2010, os homens possuíam uma remuneração média mensal de R$ 1.562,34, enquanto as mulheres possuíam uma remuneração média mensal de R$ 1.061,20 (IBGE, 2010), ou seja, no Espírito Santo os homens possuem, em média, remuneração quase 1,5 vezes maior. Considerando as diferenças de remunerações médias entre brancos e pretos, temos a seguinte situação: a remuneração média mensal dos brancos foi de R$ 1.659,95, enquanto a remuneração média dos pretos foi de R$ 940,84. Continuando a comparação por cor, tivemos as remunerações médias dos amarelos em R$ 1.217,52, dos indígenas R$ 1.142,58 e dos pardos R$ 1.029,68 (IBGE, 2010). Com base nesses dados, podemos afirmar que, no Espírito Santo, os brancos tem uma remuneração média 1,8 vezes maior que os pretos, ou seja, quase o dobro das remunerações médias.

    PARA COMPLEMENTAR A DISCUSSÃO ASSISTA AO CURTA-METRAGEM BRASILEIRO “O XADREZ DAS CORES”, DE 2004, DO DIRETOR MARCOS SCHIAVON, COM O ELENCO DE ZEZEH BARBOSA, MIRIAM PIRES E ANSELMO VASCONCELOS.

    FICHA TÉCNICA

    Filme: O Xadrez das Cores
    Gênero:Ficção
    Diretor: Marco Schiavon
    Elenco: Anselmo Vasconcellos, Zezeh Barbosa, Mirian Pyres
    Ano: 2004
    Duração: 22 min
    Cor: Colorido
    Bitola: 35mm
    País: Brasil





    DEBATEANDO O TEMA



    Segundo dicionário on line de português a palavra DISCRIMINAR - DIS. CRI. MI. NAR  significa: 

    "v.t.d e v.bit. Aperceber-se das diferenças; discernir.
    v.t.d. Classificar tendo em conta algum motivo específico; listar.
    v.t e v.pron. Construir um grupo (distinto) para não se misturar aos demais; distinguir-se por possuir algum tipo de preconceito étnico, religioso, sexual etc.

    P.ext. Tratar de forma injusta; tratar de forma desigual, uma pessoa ou um grupo de pessoas, por motivos relacionados às suas características pessoais específicas (cor de pele, nível social, religião, sexualidade etc) (Etm. do latim: discriminare)"

     ( Dicionário On line de Português, Acesso em 17 de julho de 2014, 08:45h. 


    Quando levamos para a discussão da discriminação racial, podemos chegar a conclusão que é um tratamento de modo preferencial e geralmente causa prejuízo para uma das partes. O tema central do filme - O XADREZ DAS CORES, esta enquadrado neste contexto, quando Cida precisa se sujeitar à situações humilhantes realizadas por sua patroa que é branca e racista, para assim conseguir dinheiro e garantir sua sobrevivência.

    Ao olharmos para nossa formação escolar, as versões conflituosas nos livros argumentavam que os negros foram trazidos e aceitaram a condição sub humana a qual foram submetidos de forma natural. Assim os vários disparates conceituais do Ensino Formal Brasileiro mostra este processo histórico como algo habitual, parecendo que os negros nasceram para este tipo de tratamento. Também é correto pensar que na atualidade o ensino da disciplina de História avançou e,

    "assim as atividades propostas em sala de aula precisam buscar uma visão mais contextualizada e menos romanceada da participação dos negros na História e os reflexos dessa construção histórica nos dias atuais. "
    (PRADO. p. 02/03 - Acesso em 17 de julho de 2014, 09:18h. 
    Disponível em:


    Seguindo este caminho podemos lutar por uma sociedade que enxerga o negro com cidadão e possui direitos e deveres, mas estes projetos existem apenas na forma de Leis, na prática o que realmente existe é muita injustiça nos  aspectos  de gênero e raça no país. 

    Este filme tem  vários momentos que causam incômodo, devido as tensões entre os personagens, a forma que o enredo foi construído nos convida a refletir e posicionar-se diante da tela com opiniões e argumentos que discutem as relações socais da vida doméstica e cotidiana. Assim o autor faz que façamos parte do jogo entre patroa e empregada. Quando pensamos sobre a referência ao jogo de xadrez podemos concluir que as questões apresentadas necessitam de raciocínio lógico e entender o preconceito em suas raízes.

    No que tange as relações harmônicas e desarmônicas dos personagens do filme, é notório que cada um apresenta um determinado tipo e dialética, o rico e o pobre, o branco e o negro, a patroa e a empregada.É visível que as relações existentes são contraditórias e utilizam a força para determinar quem tem poder, enquanto a patroa Maria oprime a empregada Cida, esta utiliza o tabuleiro de xadrez como referência para conhecer a oponente e ao ver suas peças negras serem jogadas foras, não se satisfaz com a situação e estuda a patroa, ao buscar conhecimento Cida vai lutando contra o conformismo e realiza de forma concreta a transformação dos fatos de forma favorável.

    O GRUPO 04, do Curso de Formação de Gestão de Politicas Públicas em Gênero e Raça, da UFES - Polo Santa Teresa tem como tema  central deste blogfólio discutir o GÊNERO E DIVERSIDADE: DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO FORMAL, convida os educadores para assistirem o filme e provocar um debate em sala de aula.

    "É no confronte de idéias que a escola pode tentar garantir o espaço da diversidade e respeito."
    (PRADO. p. 04 - Acesso em 17 de julho de 2014, 09:18h. 
    Disponível em: 

    (PCN, PLURALIDADE CULTURAL. apud PRADO, p. 01/02 - Acesso em 17 de julho de 2014, 09:18h. 
    Disponível em: 
    http://portacurtas.org.br/Parecer/%5B440%5D%20xadrezcores_ceciliaprado_PDF.pdf)

    REFERÊNCIAS

    IBGE. Censo Demográfico 2010: Rendimento – Amostra. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=es&tema=censodemog2010_rend >. Acesso em: 15 de Jul de 2014.

    XADREZ das Cores, O. Direção: Marcos Schiavon. Intérpretes: Anselmo Vasconcelos; Miriam Pires; Rita Guedes e Zezeh Barbosa. Rio de Janeiro: MIDMIX Entretenimento, 2004. 22min, son., color., 35mm.

    PRADO. Cecília de Oliveira. "Aplicabilidades na Educação". Projeto Curta na Escola PETROBRÁS. Acesso em 17 de julho de 2014, 09:18h. Disponível em: http://portacurtas.org.br/Parecer/%5B440%5D%20xadrezcores_ceciliaprado_PDF.pdf